Para amenizar o sofrimento da população de Barra Longa, afetada pelo rompimento da Barragem de Fundão/Mariana, ainda em 5/11, comissão de moradores atingidos firmou parceria com a Paróquia São José para organizar, na tarde de ontem, domingo, 6/12, evento cultural e um “abraço fraterno “ ao redor da igreja Matriz, no Centro da cidade.
Houve atividades para a criançada, shows, orações e muita solidariedade, e todos os participantes se vestiram de branco. O evento começou por volta de 16h e acabou às 19h30, quando teve início a tradicional missa de domingo. Segundo a professora Carmem Lúcia Lisboa Rola, 48 anos, ouvida pelo portal O Tempo, reuniram-se cerca de 300 pessoas no local. Para ela, foi um momento simbólico de união. “Não viemos aqui para criticar ninguém. Nem a Samarco. Viemos para ficar juntos e ter um momento longe de toda essa tristeza.”
“Foi lindo e muito emocionante! Antes tínhamos a praça, que era onde a gente passava os fins de semana e onde todo mundo se reunia. Hoje, não temos mais nada, e esse momento foi importante para nos unirmos e nos sentirmos melhor”, contou Carmem naquele portal de notícias.
Participaram as duas bandas municipais (São José e Nossa Senhora do Carmo) e um grupo de capoeira, organizando-se ainda oficina de pintura e muita brincadeira para as crianças. O ápice da tarde foi no momento em que os moradores fizeram corrente de oração e abraçaram o entorno da igreja.
“A gente decidiu dar um abraço fraterno uns nos outros. Estamos sofrendo muito. Já tem um mês e um dia, e a lama ainda não acabou. A cidade está toda destruída, tudo está acabado e é muito triste”, lamenta a professora Carmem, ainda no portal O Tempo. Segundo ela, foi um modo de distração e de sair um pouco da triste realidade em que se encontram todos os moradores da cidade. Barra Longa foi a primeira cidade atingida pela lama, já que em Mariana o impacto foi na zona rural.
Reportagem da edição impressa desta FOLHA que circulou em 4/12 fez balanço dos estragos e do empenho na reconstrução da parte baixa da cidade e de propriedades rurais afetadas. A lama chegou a Barra Longa horas depois do rompimento da Barragem de Fundão, no mês passado, devastando o rio que corta a cidade, a praça principal e todo o Centro, com várias casas tendo sido interditadas. Até hoje, os moradores ainda tentam recuperar pertences e suas vidas, mas muitos perderam tudo. Não houve mortes, mas as perdas materiais são incontáveis.